Que tal a gente parar um pouquinho e pensar sobre como alguns
pastores/apóstolos/bispos se consideram em relação aos membros da igreja? Ou ainda,
que tal você pensar sobre a sua maneira de olhar um pastor?
1.
Primeiramente
há aqueles que veem o pastor como PATRÃO.
As pessoas que encaram o líder da igreja como o patrão jamais
terá com ele um relacionamento saudável. Patrão e empregados se relacionam
apenas na formalidade; no caso da igreja, isso é trágico.
Esse tipo de pastor esta sempre cobrando resultado das
ovelhas. Ele só pensa em metas, estratégias, planos de conquistas, crescimento,
alvos. Outra característica do pastor/patrão é querer exercer controle sobre as
ovelhas, que em sua cabeça doentia são seus empregados. Isso, quando ele não
acha que é rei e o povo da igreja seus súditos pronto a servi-lo e honrá-lo.
Por outro lado, quando alguém olha o pastor como o patrão da “igreja”,
mesmo quando o pastor não se comporta assim, dificilmente essa pessoa se
envolverá de forma ativa nos ministérios e na busca de soluções para os
problemas da “igreja”.
A igreja deve ser como uma família e, para que ela funcione
de fato como uma família é preciso que todos se relacionem de igual para igual,
respeitando a função de cada um no corpo.
2.
Em
segundo lugar há pessoas que veem o pastor como o EMPREGADO da igreja.
É o pastor pau pra toda obra, servo de tudo e de todos. O
verdadeiro “super-homem”. Pastores que agem assim são pessoas extremamente
ativistas, agitadas, inquietas e muito ansiosas. Eles inocentemente acreditam
que pode carregar o mundo nas costas. Trabalham duro o dia inteiro, correndo
pra cima e pra baixo, realizando uma infinidade de tarefas e, o que é pior,
fazem tudo isso se matando, na expectativa de agradar o PATRÃO IGREJA. No final,
se o pastor ainda estiver vivo (com muita sorte), ele estará possivelmente
esgotado, com uma grande bagagem de desapontamentos, a saúde muito debilitada e
correndo sério risco de fragmentar a sua família.
Não é pouco comum encontrarmos pessoas que acham que o pastor
é o seu empregado, que deve ficar à sua inteira disposição, pronto para atender
os seus desejos e caprichos. Mas de quem é a culpa disso? Logicamente do próprio
pastor que insiste em agir assim.
3.
Outros
olham o pastor como MERCENÁRIO.
Infelizmente há várias pessoas no mundo que veem
indiscriminadamente qualquer pastor como um aproveitador. Porém, essas pessoas
têm lá seus motivos para fazer isso, embora sejam motivos injustos na maioria
das vezes.
O pastor/mercenário esta cada vez mais em “alta”. É o VAMPIRO
DAS ALMAS, que suga o pescocinho das ovelhas até a ultima gota de sangue. Ele sempre
tem um discurso “otimista”, fala muito em fé e no sobrenatural. Mas o seu
assunto preferido é falar de dízimos, ofertas e prosperidade, muita
prosperidade. Esse pastor fala do que lhe próprio, pois ele não passa de um
profissional da fé (religião).
4.
E
ainda, há gente que considera o pastor um tipo de GURU, o ORÁCULO DIVINO.
Assim como a tribo indígena tem o seu pajé, há pastores que
se colocam como guru da “igreja”. Esse pastor se coloca em um pedestal inacessível,
pois afinal, ele é o oráculo divino, o intocável. É até bem possível que
algumas pessoas extremamente fanáticas duvidem que ele faça coco e xixi, ou
ainda pior, que seus excrementos sejam ungidos. Pelo amor de Deus! Quanto
fanatismo, quanta ignorância. E pensar que essa paranoia ganha força e cresce
pelo Brasil à fora.
5.
E
finalmente, temos o pastor cão, ou O CÃO PASTOR.
É impressionante, mas existe gente que acha que o trabalho do
pastor consiste em ficar tomando conta da vida alheia das pessoas, como se ele
fosse um cão pastor. O mais impressionante ainda, é que há muitos pastores que
se comportam dessa forma doentia, exercendo uma verdadeira vigilância sobre as
ovelhas.
Temos que admitir uma coisa: as pessoas veem o pastor da
forma distorcida como citei acima porque esses pastores existem na realidade,
embora esses modelos pastorais não tem absolutamente nenhuma relação com o
evangelho.
O que é então o pastor à luz no Novo Testamento?
Respondendo de maneira simples e direta:
1.
O
pastor é um companheiro de caminhada. Ele não é de forma alguma alguém entre
Deus e as ovelhas. É alguém que também esta no caminho, ajudando outros a
caminhar.
2.
Líder
espiritual. Que não controla as ovelhas, não oprime, não obriga e não interfere
na liberdade que cada um tem de tomar as suas próprias decisões.
3.
Ele
é um instrumento de Deus para curar as feridas, através da palavra e da oração.
4.
O
pastor é um ser humano com limitações e muitos defeitos. Um pecador sujeito a
cair e carente de misericórdia.
No amor do pastor de nossas almas,
Serra/ES
5 de dezembro de 2011
Ismael.
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