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Resenha: Avaliação no processo ensino aprendizagem (ESTEBAN, Maria Teresa).



1. Após ler o artigo A AVALIAÇÃO NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM: OS DESAFIOS POSTOS PELAS MÚLTIPLAS FACES DO COTIDIANO, (ESTEBAN, Maria Teresa), responda com embasamento no que foi apresentado:*

A)   Quanto à delimitação de cotidiano, comente criticamente o que a autora nos apresenta neste artigo.

A autora inicia o seu artigo dando uma definição para cotidiano. Segundo ela, cotidiano é “uma palavra que lembra rotina, hábito, constância, repetição”. Muitas pessoas não gostam de rotina, alegando que é uma coisa chata, uma mesmice entediante.

Na verdade, tudo e todos têm o seu cotidiano, seus hábitos, a sua rotina. O cotidiano além de necessário é importante para a segurança do ser humano. O que seria de nós se não tivéssemos ideia de como seria o dia de amanhã? Apesar de não ter conhecimento dos detalhes do que acontecerá amanhã tenho uma base suficiente que me deixa tranquilo.

Na escola não é diferente. O cotidiano escolar nos possibilita antever alguns problemas e como devemos nos preparar para enfrentar esses problemas. No entanto, precisamos ter cuidado com essa “previsibilidade” e não nos deixarmos enclausurar nos limites que o cotidiano nos impõe. É justamente disso que a autora trata quando se refere à delimitação do cotidiano.

O professor precisa ter a capacidade de superação. Ele precisa superar os limites do cotidiano. Ele precisa superar a si mesmo e com isto estabelecer com sua capacidade superativa um cotidiano que possibilite a aprendizagem de seus alunos.

B)   Quanto à complexidade do processo ensino/aprendizagem que se revelava naquela turma que não queria ou podia se enquadrar numa relação pedagógica fundamentada na ideia de ensino como transmissão de conteúdo, de aprendizagem como recepção e armazenamento do conteúdo transmitido e de avaliação como meio para quantificar quanto do transmitido foi armazenado e pode ser reproduzido.

Parece que a experiência vivenciada por esses educadores nessa turma em especial foi algo extremamente enriquecedor. Enriquecedor não apenas para eles, mas também para nós que temos acesso a essa história, e que muito aprendemos com ela.

Segundo a autora “O processo dessa turma indicava a insuficiência da avaliação como prática de classificação e, simultaneamente, revelava a potencialidade de uma avaliação realizada como uma prática de investigação, sobretudo por sua ambivalência e pela complexidade do processo ensino/aprendizagem”. Isso mostra o quanto o processo de avaliação é complexo e que nem sempre pode ser aplicado como na tendência tradicional de aplicação de provas.

A autora em sua pesquisa também mostrou que “a avaliação foi sendo trabalhada como uma prática que traz ao mesmo tempo os saberes e os não-saberes de quem ensina e de quem aprende, mostrando que não é só a professora quem ensina, nem é só o/a aluno/a quem aprende. Avaliando as crianças, as professoras também se avaliam”. Essa afirmativa de que aluno ensina ao aprender e que professor aprende ao ensinar é uma conclusão que Paulo Freire já havia chegado há algumas décadas e, que revolucionou a relação professor/aluno.

 

C)   Em: “O novo se anunciava e, simultaneamente, o não saber das professoras ganhava visibilidade. Não eram apenas as crianças que não sabiam o que deveriam saber; as professoras corajosamente assumiam que os conhecimentos que tinham sobre o processo ensino/ aprendizagem eram insuficientes para atender ao processo de todas as crianças.” Qual a concepção de avaliação proposta por ESTEBAN nesta afirmativa, comente.

 

Nesta afirmativa, ESTEBAN propõe um rompimento com a maneira tradicional de avaliação. Ela propõe que uma única maneira de avaliar todos os alunos se mostra ineficaz. Que os professores precisam entrar no mundo dos alunos para entendê-los melhor e, dessa forma, verificar sua aprendizagem através de um sistema de avaliação mais assertivo.

É muito forte a afirmativa que a autora faz dizendo que “as professoras corajosamente assumiam que os conhecimentos que tinham sobre o processo ensino/ aprendizagem eram insuficientes para atender ao processo de todas as crianças.” É como se cada criança necessitasse de um processo de avaliação especifico para ela.

O mais curioso nessa constatação que a equipe de professoras chegou é que tudo começou a partir de uma série de problemas que parecia não ter fim. Veja como ESTEBAN apresenta isso: “O caos criou espaço para que novas possibilidades fossem pensadas, discutidas, elaboradas. Era preciso ousar, correr riscos, construir novos procedimentos”. O caos deu lugar a novos paradigmas. O que parecia insolúvel tornou-se a resposta para questionamentos que desafiam a inteligência de vários educadores.

Parece que o segredo dessa nova proposta de avaliação feita pela autora é a atitude do profissional da educação de sempre estar aberto para novos caminhos e outras possibilidades não convencionais. Os professores dessa história, segundo ESTEBAN “Reconheciam que sabiam muitas coisas, e coisa importantes, mas reconheciam também que precisavam ampliar seu conhecimento para que a escola pudesse ser significativa para todas as crianças que a frequentam. Viviam uma situação em que era explícito o diálogo permanente entre conhecimento e desconhecimento”.

 

D)   Quanto a Avaliação e formação docente relate o que a autora argumenta sobre estes dois elos.

O argumento da autora no que diz respeito à avaliação é que os professores não podem andar com uma viseira no rosto pensando que todos os alunos, ou que todas as turmas são iguais. É o que ela chama de “heterogeneidade das turmas” Segundo a autora, esses profissionais devem admitir claramente o que consideram importantes, e “trabalhar assumindo a complexidade do processo ensino/aprendizagem”.

A experiência apresentada pela autora mostra que o processo educativo da turma mencionada em seu relato indicava índices avaliativos insuficientes como prática de classificação e, ao mesmo tempo, apontava o potencial que existia de uma avaliação realizada como uma pratica a ser descoberta pela complexidade do processo ensino/aprendizagem. Veja o que a autora relata acerco disto: “A avaliação foi sendo trabalhada como uma prática que traz ao mesmo tempo os saberes e os não-saberes de quem ensina e de quem aprende, mostrando que não é só a professora quem ensina, nem é só o/a aluno/a.

Quem aprende. “Avaliando as crianças, as professoras também se avaliam; indagando sobre o processo de aprendizagem, também indagam sobre o processo de ensino”.

Quanto à formação docente, a autora acredita que o professor precisa estar sempre se formando. O seu argumento é que o educador não pode ser um ser acabado, porém, inacado. Que esteja aberto a novas possibilidades, que busque sempre novos conhecimentos. Isso fica claro quando ela argumenta que “A reflexão sobre a decisão tomada sobre um caso particular – não reprovar a turma – provocou uma reflexão sobre a realidade da escola, indicando a necessidade de mudança e revelando a incerteza como parte relevante do processo de construção de novos Conhecimentos”.

Por fim, a autora salienta a necessidade dos professores ser um pensador, alguém reflexivo, que faça uso da própria duvida para criar alternativas.
 

* Atividade acadêmica em cumprimento da disciplina Avaliação no processo ensino aprendizagem, do curso Licenciatura em Filosofia - agosto de 2012.

 

Ismael Filgueira da Silva.

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