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As últimas coisas XIV. O DESTINO FUTURO DOS JUSTOS E DOS INJUSTOS.



Os ensinamentos do novo Testamento em relação ao céu e ao inferno são, por diversas razões, dignos de muita atenção. Uma delas é a reserva de informações que encontramos. Há muitas coisas que desejaríamos saber sobre este ponto e, no entanto, não encontramos explicação. Ainda outra razão é que a linguagem que se nos depara nas passagens que contem tais ensinamentos é uma linguagem simbólica, e, por isso mesmo, difícil de ser interpretada, dando margem à formação de diferentes opiniões. No Novo Testamento encontramos muitas figuras relativas ao céu e ao inferno. No estudo dessas figuras devemos lembrar de que o símbolo e a figura são sempre mais fracos do que a realidade.

O Céu.

Não há linguagem que exprima toda a beleza e a glória do céu. O autor do livro de apocalipse esgotou tudo quanto se podia dizer em linguagem humana a respeito da glória do céu em que os crentes vão viver. Há algumas notáveis ausências nessa nova morada dos crentes: não haverá pecado, nem Satanás, nem tristeza, nem maldição, nem corrupção, nem mortalidade, nem religião, etc. invertam-se as misérias terrenas e teremos alguma idéia das alegrias do Céu.

O Céu é a futura habitação dos crentes. A Bíblia ensina que o Céu é um lugar. “Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também”. Jo 14.2,3.

Que o Céu é um lugar ninguém discute; a questão que gera discussão é onde se situará o Céu? A Bíblia não afirma, porém, há sugestões que favorecem a idéia de que este lugar pode ser aqui na terra. “E eu, João, vi a santa cidade, a nova Jerusalém, que de Deus descia do céu, adereçada como uma esposa ataviada para o seu marido” (Ap21. 2). Para alguns crentes essa idéia é bem desanimadora, mas para mim, o que importa é estar ao lado de Jesus, seja lá onde for. Ainda mais, a Bíblia ensina que Jesus voltará para este mundo.

O céu lugar de descanso e alívio. “Ele enxugará dos seus olhos toda lágrima. Não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro, nem dor, pois a antiga ordem já passou". Ap 21.4. Pense em tudo que neste mundo provoca fadiga, dor, luta e tristeza, e considere que no céu essas coisas não existirão.

O céu é também a realização de tudo quanto o crente almeja e é capaz de ser. “Por isso estão diante do trono de Deus, e o servem de dia e de noite no seu templo; e aquele que está assentado sobre o trono os cobrirá com a sua sombra.” Ap 7.15. O crente continuará a crescer além da morte, e ali no céu será a realização plena dos seus ideais. Todas as possibilidades se tornarão reais.

O céu será também o completo aperfeiçoamento do nosso conhecimento (1 C0 13.8-10).

O céu é um lugar de perfeita comunhão com Deus e com seu Filho Jesus Cristo (Ap 3.21; 22.3,4).

No céu haverá culto e adoração perfeitos: “E nela não vi templo, porque o seu templo é o Senhor Deus Todo-Poderoso, e o Cordeiro. E a cidade não necessita de sol nem de lua, para que nela resplandeçam, porque a glória de Deus a tem iluminado, e o Cordeiro é a sua lâmpada”. Ap 21.22,23

No céu haverá perfeita sociabilidade e comunhão entre os irmãos. Hb 12.22,23

Gozo (Ap 21.4). O maior prazer experimentado neste mundo, mesmo que bem ampliado, ainda não expressaria o gozo que espera os filhos de Deus no reino celestial.

Estabilidade. O gozo do céu será eterno. De fato, a permanência é uma das necessidades para que a felicidade seja perfeita. Saber que essas coisas acabariam já seria suficiente para que o gozo perca sua perfeição.

O inferno.

Assim como o céu é o máximo, o gozo de tudo que uma pessoa carece para a sua felicidade, também o inferno é a negação de todos os bens de que ele necessita. No céu, o gozo e a felicidade são absolutos; no inferno a negação é completa. A alma que abrir os olhos no inferno ficará privada de tudo quanto a sua natureza pede. “E, clamando, disse: Pai Abraão, tem misericórdia de mim, e manda a Lázaro, que molhe na água a ponta do seu dedo e me refresque a língua, porque estou atormentado nesta chama”. Lc 16.24. No inferno, os desejos, os pedidos, as necessidades aumentarão cada vez mais, sem que haja a menor satisfação; porque o inferno é a negação de tudo quanto a alma necessita. Mt 25.41; Mc 9.45,46; Ap 21.8

A bíblia ensina também que a condenação é eterna: “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” Mt 25.46.

Assim como no céu há progresso na santidade e no bem, concluímos também que deve haver progresso na maldade no inferno. Não devemos pensar que o homem sofrerá tormentos eternos por causa dos pecados cometidos nesta vida, mas o seu tormento será eterno devido aos pecados que continuará cometendo no além: “Quem é injusto, faça injustiça ainda; e quem está sujo, suje-se ainda; e quem é justo, faça justiça ainda; e quem é santo, seja santificado ainda” (Ap 22.11). Como acabamos de ler nesta passagem, na eternidade há progresso tanto no bem como no mal. Por este motivo, pecado e tormento eterno andarão de mãos dadas no inferno.

“A palavra grega traduzida ‘inferno”, que descreve essa habitação, é “gehena” – o nome dado ao vale de Hinon, ao sul de Jerusalém, onde era lançado e queimado o lixo da cidade. A qualquer momento, de dia ou de noite, via-se o fogo com sua fumaça subindo nesse vale. Jesus faz dele o símbolo do inferno, “onde não lhes morre o verme, nem o fogo se apaga”. No entanto, não podemos confundir  gehena com o hades (grego) ou com o sheol (hebraico). O hades é a morada dos mortos perdidos que permanecerão nesse lugar durante o estado intermediário (tema que já estudamos). Podemos chamar o hades de “inferno provisório”, ou inferninho; e, podemos chamar o gehena de  “inferno definitivo”.

O inferno é um lugar. Assim como o céu é um lugar, assim também é o inferno. Isso é visto pelo fato de ser representado como possuidor de habitantes. É ainda demonstrado pelo fato de seus habitantes possuírem não apenas almas, mas também corpos. Também pela descrição da presente habitação dos ímpios, no hades, como “lugar” (Lc 16.28), pois é desse local que hão de ser transferidos para o outro lugar chamado “gehena”.

O inferno é lugar de associações profanas (Ap 21.8); lugar de aprisionamento e morte (Ap 20.8); lugar de tristeza e desespero (Lc 13.28); lugar de infortúnio e tormento consciente (Ap 20.10); e lugar de trevas e degradação (Mt 25.30).

Quem serão os ocupantes do inferno?

As Escrituras descrevem uma multidão heterogênea que comporá os habitantes dessa morada dos perdidos. Estes representam muitas e diversas formas e graus de pecado e iniquidade, mas todos igualmente são culpados e condenados: Satanás e seus anjos (Mt 25.41); a Besta e o falso profeta (Ap 20.10); homens ímpios e incrédulos (Ap 21.8).

Qual será a duração da perdição do inferno?

A duração do inferno será eterna. “E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.” Mt 25.46 _ Mc 3.29; Jo 3.36; 2 Ts 1.9

Alguns afirmam que a palavra grega “aionios”, traduzida na passagem acima como “eterno” significa apenas um período indefinido de tempo, e que não significa “interminável” ou “eterno”. Essa palavra ocorre cerca de setenta vezes no novo Testamento, e deve ter o mesmo sentido em cada caso. A palavra que é aplicada ao castigo dos ímpios também é aplicada à vida que os crentes possuem (Mt 19.16), à salvação e redenção alcançadas em Cristo (Hb 9.12). Além disso, é aplicada a Deus (Rm 16.26). Se, portanto, for sustentado que o termo ‘eterno’ não significa ‘eterno’ quando aplicada ao castigo dos ímpios, que garantia possuímos de que significa eterno quando aplicado à vida, à benção e à glória dos remidos? Tal idéia não dispõe de fundamento algum.

O inferno é um lugar preparado para o diabo e seus anjos, e torna-se a habitação eterna de quem se identifica com ele.

FIM!




REFERÊNCIAS

1.      Esboço de Teologia Sistemática. A.B. Langston, Juerp

2.      Teologia Elementar. Bancroft , Editora Batista Regular

3.      Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. M. Pyarman. Editora Vida

4.      Enciclopédia de Teologia, Filosofia e Biblia. Volume II e VI. R.N. Champlim

5.      Novo Dicionário da Bíblia. Editora Vida.

6.      Sem medo da tempesdade. Tim Lahaye, Editora Quadrangular



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