As Escrituras apresentam o julgamento
como obra de Deus certa e assegurada de acontecer. A própria natureza da
justiça divina exige julgamento. Assim também como a própria natureza das
coisas em relação aos homens também requer. O senso moral do homem, ou sua
consciência, exige o julgamento. O sendo universal da existência de Deus torna
o julgamento necessário.
Há quem sustente o conceito de um
julgamento geral para todos, no fim do mundo. Isso não tem fundamento nem na
revelação bíblica nem na razão. As Escrituras demonstram claramente que há
vários grupos que deverão ser julgados, e que diversas circunstâncias e
condições caracterizam esses julgamentos.
A base de julgamento de um grupo, ou
até mesmo de indivíduos, não pode servir para os demais grupos, uma vez que
estes têm diferentes responsabilidades e obrigações, das quais terão que
prestar contas. É exatamente por isso que não podemos julgar nossos semelhantes
conforme Jesus ensinou. “Não julgueis segundo a aparência, mas julgai
segundo a reta justiça”. Jo 7.24; “Não julgueis, para que não
sejais julgados”. Mt 7.1. Qual dos homens esta capacitado a julgar segundo a
reta justiça? Somente Deus pode julgar os homens. Seu julgamento é sem
parcialidade. Além disso, só Deus conhece o coração das pessoas. Só Deus sabe
das reais motivações que leva alguém a fazer o que quer que seja. Cada
individuo tem uma estrutura psicológica, histórica, familiar, social,
espiritual única, entre vários outros fatores que só Deus é capaz de analisar.
Portanto, o julgamento divino é perfeito.
SIGNIFICADO
DO JULGAMENTO DIVINO.
Em primeiro lugar, o julgamento não é
para averiguar culpa ou mérito. “E não há criatura alguma encoberta
diante dele; antes todas as coisas estão nuas e patentes aos olhos daquele com
quem temos de tratar.” (Hb 4.13). Deus tem perfeito conhecimento de todos os
pensamentos, palavras e ações do homem e, consequentemente, não necessita de
evidências obtida por exame ou testemunhas.
Em segundo lugar, o julgamento
divino é para manifestação, discriminação, e recompensa do caráter e da
conduta. “Mas, segundo a tua dureza e teu coração impenitente, entesouras ira
para ti no dia da ira e da manifestação do juízo de Deus; O qual recompensará
cada um segundo as suas obras.” (Rm 2.5,6). O julgamento oferece a Deus
oportunidade para exibir e demonstrar sua retidão e justiça, especialmente aos
atos pecaminosos.
A
REALIDADE DOS JULGAMENTOS.
Conforme o Antigo Testamenta o mundo
será julgado em justiça. “Mas o Senhor está assentado perpetuamente; já
preparou o seu tribunal para julgar. Ele mesmo julgará o mundo com
justiça; exercerá juízo sobre povos com retidão.” Sl 9.7,8. E, Conforme
ensinado no Novo Testamento, ao homem está ordenado o julgamento. “E,
como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo.” Hb
9.27. Ao homem está ordenado seu comparecimento em juízo tão certamente quanto
está ordenada sua morte.
O
JUIZ.
Jesus ensina que Deus será o Juiz que
fará o julgamento final. Deus em Jesus Cristo. “E quando o Filho do
homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará
no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e
apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá
as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.”
Jesus é realmente a pessoa mais
indicada para fazer este julgamento final, porque está intimamente relacionado
e identificado com Deus, mas também está intimamente relacionado e identificado
com o homem. Como sabemos, Jesus é o Verbo, é a Palavra, é a revelação de Deus
encarnado. Sabemos que ele é Deus. Sabemos ainda mais que ele se identificou
inteiramente com a humanidade. Assim
sendo, é natural que ele julgue a todos, porque outro não há nas mesmas
condições que ele. “No dia em que Deus há de julgar os segredos dos homens, por
Jesus Cristo, segundo o meu evangelho.” Rm 2.16
A
ordem dos julgamentos.
1.
O
julgamento da cruz.
Satanás
foi julgado e sua autoridade foi potencialmente anulada.
“E, visto como os filhos participam da
carne e do sangue, também ele participou das mesmas coisas, para que pela morte
aniquilasse o que tinha o império da morte, isto é, o diabo”. Hb 2.14.
Aquilo que aparentemente foi uma
vitória para as forças do mal, foi, na realidade, sua maior derrota. Cristo
pagou o preço da redenção humana, assim arrebatando a autoridade das mãos do
diabo.
Os
pecados dos crentes foram vicariamente (que substitui) julgados e punidos.
“Levando ele mesmo em seu corpo
os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os pecados, pudéssemos
viver para a justiça; e pelas suas feridas fostes sarados”. 1 Pe 2.24
Não haverá julgamento futuro do
crente por causa de seus pecados como crimes contra Deus, visto que já foram
julgados no Calvário. Nenhum julgamento, nenhuma condenação e nenhuma
separação, nada nos afastará do amor de Deus – são essas as declarações categóricas
da Bíblia (Jo 5.24; Rm 8.1,39). O juízo divino não pode atingir os que estão em
Cristo, tal como não pode atingir o próprio Cristo. Teremos de comparecer
diante do tribunal do Senhor para receber recompensas, mas não para sermos
julgados com o fim de revelar culpa ou inocência ou para ser determinado o
nosso destino.
O
julgamento das obras do crente.
“Portanto, nada julgueis antes de
tempo, até que o Senhor venha, o qual também trará à luz as coisas ocultas das
trevas, e manifestará os desígnios dos corações; e então cada um receberá de
Deus o louvor.” 1 Co 4.5
“Porque todos devemos comparecer
ante o tribunal de Cristo, para que cada um receba segundo o que tiver feito
por meio do corpo, ou bem, ou mal.” 2 Co 5.10
O julgamento das obras do crente
se dará na volta de Jesus (1 Co3. 14-15). E, o resultado desse julgamento serão
as recompensas recebidas, descritas como galardões ou coroas. “E, eis que cedo
venho, e o meu galardão está comigo, para dar a cada um segundo a sua obra”. Ap
22.12. “Bem-aventurado o homem que sofre a tentação; porque, quando for
provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o
amam.” Tg 1.12. “E, quando aparecer o Sumo Pastor, alcançareis a incorruptível
coroa da glória”. 1 Pe 5.4
Entretanto, perdas também serão
sofridas. “Olhai por vós mesmos, para que não percamos o que temos ganho, antes
recebamos o inteiro galardão”. 2 Jo 8.
Fracasso ou negligencia em seu
serviço fará com que o crente sofra algumas perdas de acréscimos de galardão
por ocasião do tribunal de Cristo. O crente comparecerá perante o tribunal de
Cristo, e suas obras serão examinadas; e o resultado desse exame será:
recompensas para alguns, perda para outros, mas exaltadas e santas posições e
privilégios para todos.
Concernente aos julgamentos,
temos ainda o julgamento de Israel, o julgamento dos anjos caídos e o
julgamento do grande trono branco. Porém, para o nosso estudo naquilo que me
propus fazer são pontos irrelevantes.
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