
No Velho Testamento temos
alguns ensinamentos a este respeito: “Os teus mortos e também o meu cadáver
viverão e ressuscitarão; despertai e exultai, os que habitais no pó, porque o
teu orvalho será como o orvalho das ervas, e a terra lançará de si os mortos.”
Is 26. 19
Há ainda várias outras
passagens que tratam diretamente dessa questão: Ez 37.1-17; Jó 14.12-25. Apesar
destas passagens do Velho Testamento, que falam claramente da ressurreição,
devemo-nos lembrar de que só no Novo Testamento é que encontramos essa doutrina
perfeitamente desenvolvida.
As declarações mais
preciosas que encontramos sobre esta doutrina são as que constituem a resposta
de Jesus aos saduceus, que negavam a ressurreição (Mc 12.18-27). Jesus citou
uma passagem do livro de Êxodo mostrando que os saduceus estavam errados:
“Disse mais: Eu sou o Deus de teu pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isaque, e o
Deus de Jacó.” Ex 3.6.
A idéia mais acentuada e
mais clara é a que achamos no Evangelho de João: “Disse-lhe Jesus: Teu irmão há
de ressuscitar. Disse-lhe Marta: Eu sei que há de ressuscitar na ressurreição
do último dia. Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim,
ainda que esteja morto, viverá; E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca
morrerá. Crês tu isto?” Jo 11.23-26. Ainda temos outros textos: Jo 5.25-29; At
17.18; 24.15.
Muito mais acentuada está
essa doutrina nas Epistolas. Nelas, a ressurreição de Jesus é o fundamento da
esperança cristã e a garantia da ressurreição daqueles que nele creem (1 Co
15.20,21).
Quanto à ressurreição
deparamos com um problema que desejamos considerar ainda; consiste este
problema sobre a natureza do corpo que o homem há de ressuscitar. Com que corpo
o homem ressuscitará? Quais são as transformações pelas quais o corpo tem de
passar? E qual a relação do novo corpo para com o corpo sepultado? Sabemos que o corpo atual pode ser enterrado,
queimado, ou ainda perder-se no mar. Por isso perguntamos: qual a relação do
novo corpo com o corpo velho? Criará Deus um corpo inteiramente novo?
Certamente não podemos responder a todas estas perguntas satisfatoriamente.
Podemos, porém, procurar esclarecer a questão baseado no capitulo 15 da primeira
carta aos Coríntios; para isso, vamos considerar o seguinte:
a.
O novo corpo ressuscitado não será composto
da mesma matéria de que se compõe o corpo atual, porque há grande diferença
entre a ressurreição final e o revivificamento
de alguns, como Lázaro, o filho da viúva de Naim, etc. a ressurreição final de
que nos fala a Bíblia não é simplesmente o levantamento do cadáver. Ainda outra
indicação de que não pode ser este mesmo corpo o que há de ressuscitar, é que
este não serviria para a vida no além. O corpo do caroço da manga não serve
para fazer parte da árvore que, certamente, tem já outra fase de vida. Daqui concluímos que o nosso corpo,
provavelmente, será também diferente, porque tem que adaptar-se a uma vida
diferente.
b.
O novo corpo será espiritual: “Semeia-se
corpo natural, ressuscitará corpo espiritual. Se há corpo natural, há também
corpo espiritual.”1 Co 15.44. Este corpo espiritual de que o apostolo fala aqui
há de ser diferente do corpo físico. “E, quando semeias, não semeias o corpo
que há de nascer, mas o simples grão, como de trigo, ou de outra qualquer
semente. Mas Deus dá-lhe o corpo como quer, e a cada semente o seu próprio
corpo. Nem toda a carne é uma mesma carne, mas uma é a carne dos homens, e
outra a carne dos animais, e outra a dos peixes e outra a das aves. E há corpos
celestes e corpos terrestres, mas uma é a glória dos celestes e outra a dos
terrestres. Uma é a glória do sol, e outra a glória da lua, e outra a glória
das estrelas; porque uma estrela difere em glória de outra estrela. Assim também a
ressurreição dentre os mortos. Semeia-se o corpo em corrupção; ressuscitará em
incorrupção. Semeia-se em ignomínia, ressuscitará em glória. Semeia-se em
fraqueza, ressuscitará com vigor. Semeia-se corpo natural, ressuscitará
corpo espiritual. Se há corpo natural, há também corpo espiritual.” 1 Co 15.
37-44
c.
Sem dúvida alguma, há de haver certa relação
entre os dois corpos, embora não fique claro como será essa relação. O que
podemos afirmar com toda certeza é que semeia-se em corrupção, mas se
ressuscita em incorrupção.
Há ainda outras questões que
precisamos considerar sobre a ressurreição.
a.
O corpo ressuscitado será inteiramente livre
de enfermidade, dor, debilidade, e da morte. (Ap 21.4)
b.
Nosso corpo será glorioso e, poderá
atravessar o espaço com a rapidez de um relâmpago. Poderemos dá a volta ao
mundo em poucos segundos.
c.
Teremos o poder de penetrar as substancias
sólidas. Não seremos impedidos por nada de ordem material, simplesmente os
atravessaremos!
Comentários
Postar um comentário