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A masturbação e suas implicações.




Certamente esse é um assunto polemico e causador de muitas duvidas, principalmente na cabeça dos adolescentes crentes. Espero que esse artigo possa ajudar aqueles que precisam de luz e cura para suas feridas nessa área.

Os julgamentos éticos a respeito da masturbação vão desde a noção de que é pecado mais sério que a fornicação, adultério ou estupro até sua consideração como algo tão banal como coçar a cabeça.

Na idade media, a igreja católica romana enfatizou os males da masturbação devido a distancia entre essa pratica e a procriação, que era então considerada como a única função do sexo. Até mesmo um dos mais recentes pronunciamentos do vaticano a respeito desse assunto declara que “a masturbação é um ato intrínseco e seriamente desordenado”. E na ala evangélica da igreja, Erwin lutzer, em Aprenda a viver bem com Deus e com seus impulsos sexuais, chega bem perto de uma identificação direta da masturbação com o pecado. Em contraste, a maioria dos médicos hoje considera sua pratica normal e não prejudicial. James Dobson aceita-a como parte normal do processo de crescimento, a menos que se torne excessiva. Há ainda outros especialistas que se refere à masturbação como “uma dadiva de Deus” por servir para ajudar a evitar o sexo promiscuo.

Uma coisa, no entanto incontestável é a experiência quase universal da masturbação. Segundo uma pesquisa feita nos Estados Unidos cerca de 95% dos homens e entre 50% e 90% das mulheres se masturbam. Nenhuma atividade sexual foi mais discutida, mais unanimemente condenada e mais universalmente praticada do que a masturbação.

A questão da masturbação é especialmente mais grave para os solteiros que, por convicção cristã, disseram “não” às relações sexuais fora do casamento. Muitas perguntas importantes surgem dai: a masturbação é uma atividade moralmente aceitável para um discípulo de Cristo? Mais ainda: será que pode ser uma dadiva de Deus, como alguém sugeriu, para ajudar a evitar a promiscuidade sexual? E o que dizer das fantasias sexuais que invariavelmente invadem o cenário da masturbação?

Essas e outras perguntas devem merecer a atenção de todos os cristãos, mas são principalmente urgentes para os solteiros. Profundamente preocupados em fazer o que é o certo, muitos solteiros descobrem que suas experiências de masturbação são perseguidas pela sensação de culpa, de derrota e de ódio voltado contra si mesmo. Estabelecem o firme proposito de jamais praticar aquele ato outra vez. Mas o fazem. E o abismo da autocondenação se aprofunda.

Antigamente havia um mito de que a masturbação era responsável por tudo de ruim, desde espinhas até a loucura, mas isso não passa de um mito. Os médicos são unanimes: a masturbação não é de forma alguma prejudicial fisicamente.

Não há lugar algum na Bíblia que trate diretamente da masturbação. O silencio bíblico a esse respeito não se deve ao desconhecimento da sua existência. Esse silêncio não significa que a masturbação não seja uma questão moral, mas significa, isso sim, que qualquer ajuda bíblica que obtenhamos será de caráter indireto.

Três preocupações põem em evidência a questão moral da masturbação. A primeira é a conexão com as fantasias sexuais. A masturbação não ocorre em vácuo sem imagens. E muitos se sentem profundamente perturbados pelas imagens que acabam aparecendo, achando que elas estariam na posição da intenção impura do coração que Jesus condenou (MT 5.28).

A segunda preocupação tem a ver com a tendência da masturbação tornar-se obsessiva. O habito de masturbar-se pode tornar-se compulsivo para as pessoas que o praticam. A pratica pode se tronar-se um hábito incontrolável.

A terceira preocupação diz respeito à falta de personalização que esse habita acarreta. A masturbação é uma atividade solitária. A verdadeira sexualidade conduz a um profundo relacionamento pessoal com alguém.

No lado positivo dessa discursão, a masturbação ajude de fato a contrabalançar o desenvolvimento desigual que muitos adolescentes s e jovens experimentam em seu crescimento físico, emocional e social. Grande parte desses adolescentes estão prontos fisicamente para o sexo, porem não estão prontos para a intimidade social e para a responsabilidade do casamento. A masturbação oferece uma “válvula de segurança” natural enquanto a natureza esta sincronizando o crescimento em varias áreas da vida.

Para os casais, a masturbação pode muitas vezes ser uma experiência mutuamente enriquecedora quando executada em conjunto. Na realidade, para alguns casais, a masturbação mutua é um elemento crucial no desenvolvimento da totalidade de seu potencial sexual.

 O que devemos dizer diante de tudo isso? Bem, a primeira coisa é que a masturbação não é inerentemente errado ou pecaminoso. De forma geral, é uma experiência comum para a maioria das pessoas, e deve ser aceita como parte normal da vida.

A segunda coisa que podemos frisar é seu valor como escape potencialmente saudável quando a relação sexual não for possível. Precisamos simplesmente evitar colocar fardos morais impossíveis sobre os ombros das pessoas, em especial quando não temos ensinamento bíblico especifico contra a masturbação.

Muita gente honesta, ao tomar conhecimento dos males da masturbação, tem orado com desespero para poder libertar-se dela e, na realidade, fica esperando que Deus remova seus desejos sexuais. Tal expectativa é completamente irracional, e se Deus de fato fizesse o que lhe pedem, estaria violentando sua própria criação. O desejo sexual é bom e precisa ser afirmado, não negado.

Mas o desejo sexual também precisa ser controlado, o que nos leva a uma terceira afirmação: quanto mais a masturbação tender a obsessão, tanto mais tenderá ao isolamento. Deus é a única obsessão legitima. O corpo precisa estar debaixo de nossa disciplina. A pratica descontrolada da masturbação prejudica nossa auto-estima. A masturbação obsessiva é espiritualmente perigosa. No entanto, devemos estar conscientes da obsessão oposta: a de livrar-se dela. Essa obsessão é especialmente dolorosa porque um fracasso pode derrubar uma pessoa desesperada. A situação pode se tornar um desesperado “tudo ou nada”, e isso é triste por ser desnecessário. Não precisamos colocar as pessoas em becos sem saída do tipo “ou isso ou aquilo”. O que devemos buscar é controle, equilíbrio, perspectiva.

Intimamente relacionada a esta afirmação temos uma quarta: as fantasias sexuais relacionadas à masturbação constituem uma parte muito real da vida humana que precisa ser disciplinada, não eliminada. Imagens eróticas surgem; a verdadeira questão ética é o que fazer com elas. Dominarão todos os momentos em que estiver acordado ou podem ser colocadas em perspectiva apropriada, dentro das questões muito mais vastas de amor e relacionamento humano? Gostamos das fantasias porque elas idealizam a vida. Em nossas fantasias somos paradigmas de potencial sexual, a outra pessoa é incomparavelmente desejável e, melhor que tudo, ele ou ela diz aquilo que desejamos que diga, faz o que desejamos que faça e jamais faz exigências sobre nosso tempo e nossa energia. É exatamente por isso que as fantasias precisam ser disciplinadas: elas podem nos divorciar do mundo real da imperfeição humana. E o que Jesus disse sobre o adultério no coração jamais deve deixar de ser levado a sério.

A ultima coisa que devemos dizer acerca da masturbação é que, apesar dela poder proporcionar prazer, jamais poderá satisfazer plenamente. O orgasmo é apenas uma pequena parte de uma realidade muito mais ampla. E esta amplitude inclui todo o leque do relacionamento humano. Uma xícara de café que tomamos juntos pela manhã, uma conversa tranquila à noite, um toque, um beijo – é disso que é feito a nossa sexualidade. A masturbação sempre ficará aquém, pois busca perpetuar o mito do amante auto-sufuciente.


No amor daquele que nos criou com a capacidade de sentir prazer.

Ismael.

Serra/ES, 7 de janeiro de 2012,

Adaptado do livro “Dinheiro, sexo e pode” de Richard Foster. Mundo cristão.

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