INTRODUÇÃO
Falar de perdão é falar de Deus, é falar da graça, é falar da capacidade de oferecer aos outros uma memória apagada, sem registros, sem mágoas e sem as tatuagens do ressentimento.
Perdoar é deixar o outro nascer de novo na nossa história, sem as memórias que fizeram dele uma desagradável lembrança.
Falar de perdão é falar de um alto padrão, é falar de algo que o mundo não ensina.
Falar de perdão é falar de vida, de saúde, de paz e da verdadeira humanidade individual que se transforma na semelhança de Deus, pois quem não perdoa, adoece e se deforma como gente.
Falar de perdão é falar do sentimento essencial para se viver com o coração descoberto neste mundo de agressões e de facas afiadas.
Falar de perdão é falar de Jesus e dos homens que com Ele almejam ficar parecidos.
Falar de perdão é falar da repetição da vida de Jesus na nossa pobre, frágil e caída humanidade individual.
Falar de perdão é falar de Deus na minha e na sua vida.
I. O PERDÃO NO CASAMENTO
Ninguém está preparado para casar, para uma relação a dois, sem antes haver passado pela aula do perdão.
ninguém consegue viver a dois se não tiver aprendido sincera e profundamente a perdoar.
O que acontece quando não há perdão no casamento?
Em primeiro lugar. Quando não há perdão, qualquer motivo é razão para separação.
· É o temperamento incompatível,
· o gênio difícil e agressivo de um ou do outro;
· é a altura, a feiúra,
· a gordura ou o mau hálito;
· é a cultura, o marido que fez um curso a mais e que agora acha que a mulher é uma ignorante, coitadinha.
Quando não há espírito de perdão, os pequenos motivos tornam-se grandes razões, as pequenas desavenças transformam-se em guerras, as pequenas feridas se convertem em cânceres incuráveis.
Em segundo lugar, quando não há perdão no casamento destrói-se a unidade do casal.
· Quando um casamento acaba é porque antes do fim já acabou o diálogo,
· já acabou o sexo,
· já acabou a vida em comum.
Em terceiro lugar, Sem perdão o que resta no casamento é a lei da dureza do coração.
Sem perdão não há nenhum casamento que sobreviva.
II. O PADRÃO DO PERDÃO
Quando a gente se confronta com a necessidade de perdoar alguém devemos ter em mente seis realidades sobre o padrão divino de perdoar.
1. Devemos ter em mente que todos nós somos devedores. Todos devemos ao rei, todos devemos a Deus, todos devemos mais do que valemos.
2. Você e eu precisamos saber, sempre que estivermos confrontados com a necessidade de perdoar alguém, que todos nós recebemos graça (26,27).
A dívida está paga, está consumada não há mais o que pagar, Deus cancelou todo o débito, usou de graça para comigo e para com você.
3. Tudo q uanto nosso próximo nos deve é infinitamente menos do que aquilo que devemos a Deus.
· Quando alguém houver feito alguma coisa contra você,
· Quando alguém houver tomado emprestado e não tiver restituído,
· quando alguém o tiver magoado, iludido, traído, enganado, saiba que sua dívida com Deus é infinitamente maior do que a dívida do seu próximo para com você.
· A dívida de qualquer pessoa para comigo é infinitamente menor do que a minha dívida para com Deus.
4. Não perdoar ao próximo é tratá-lo como Deus não no tratou (28 e 30).
5. Todos os que recebem o perdão de Deus têm perante Ele o compromisso perpétuo de repetir o mesmo gesto com os outros tantas vezes quantas sejam necessárias.
6. Quem não perdoa coloca a si mesmo debaixo do juízo de Deus outra vez. E Jesus não brinca, diz: Assim também da mesma maneira (sem tirar nem pôr), meu Pai Celeste vos fará, se no íntimo, (não só na fachada; no faz-de-conta, mas no íntimo) não perdoardes cada um ao seu irmão (34, 35).
· Há muitos verdugos psicológicos, emocionais e espirituais para nos punirem já nesta vida.
· Quem não perdoa não será punido apenas na eternidade, é punido aqui.
· Quem não perdoa já está sob o poder dos verdugos aqui.
· Quem não perdoa fica com cancer na alma, envenena o coração e se autochicoteia pelo verdugo da consciência.
· Quem não perdoa Flagela-se, encarcera-se, tem sua penitenciária neste mundo.
Para quem não aprende a perdoar há verdugos nesta vida e na outra. Ainda sobre o padrão do perdão saibam o seguinte: o padrão do perdão não é humano; seu padrão é divino.
A Natureza não está organizada para essa lei do perdão. A lei da natureza não admite perdão.
ILUSTRAÇÃO do beduino
É assim que Deus quer com você.
Por trás de cada ato de perdão existe uma ferida de traição, e a dor de ser traído não se desvanece facilmente.
Jose: exemplo de perdão.
Apesar de já termos ouvido tantas mensagens sobre o perdão, não perdoamos facilmente, nem somos facilmente perdoados.
Como é o perdão de Deus?
O perdão de Deus é incondicional; provém de um coração que não exige nada para si mesmo, um coração que esta completamente desprovido de interesses próprios. É o perdão divino que tenho que praticar em minha vida diária.
· Em ultima analise o perdão é um ato de fé.
· Perdoando outra pessoa, estou confiando que Deus é um juiz melhor do que eu.
· Perdoando abandono meus próprios direitos de me vingar e deixo toda a questão da justiça nas mãos de Deus.
Embora o mal não desapareça quando perdoo, ele perde o seu poder sobre mim e é assumido por Deus, que sabe muito bem o que fazer.
Por que perdoar?
Primeiro. Porque O perdão é a única alternativa que pode deter o ciclo da culpa e da dor, interrompendo a prisão da ausência da graça. No Novo Testamento, a palavra grega mais comum utilizada para o perdão significa, literalmente, soltar, jogar para longe, libertar-se.
Segundo. Porque O perdão oferece uma saída. Ele não resolve todas as questões da culpa e da justiça – mas permite um relacionamento renovado, que recomeça.
Não perdoar aprisiona-me ao passado. Ex; José viveu longos anos com ressentimentos por seus irmãos.
A primeira e geralmente a única pessoa a ser curada pelo perdão é a pessoa que perdoa. Quando perdoamos, libertamos um prisioneiro e então descobrimos que o prisioneiro era nós mesmos.
O grande poder do perdão é que ele pode aliviar a força opressora da culpa sobre aquele que comete atos muito condenáveis. (ilustração do filme os miseráveis).
O perdão quebra o ciclo da culpa e afugenta a força opressora do pecado.
Muribeca –Serra
Junho de 2011
Ismael
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