A igreja não pode perder a visão do Reino de Deus. Não pode perder a sua identidade cristã. Ela tem que ter uma visão bem clara e definida de quem ela é. Éfesios 5.27 nos mostra este quadro: “Para a apresentar a si mesmo igreja gloriosa, sem mácula, nem ruga, nem coisa semelhante, mas santa e irrepreensível”.
Todos nós gostaríamos de saber onde esta éssa igreja. Parece que Jesus tem uma igreja dentro da igreja! Mas, como pode ser isto? É verdade, porque quando nos referimos à igreja de Jesus, a noiva de Cristo, estamos nos referindo ao corpo místico de Cristo, e não a uma instituição chamada de igreja.
Com relação à pós-modernidade, ela apresenta à Igreja problemas e oportunidades imensos. Para superar os problemas e aproveitar as oportunidades, precisamos do discernimento do Espírito Santo e da compaixão de Jesus. Por isso, o principal desafio da missão da Igreja na pós-modernidade é a qualificação da Igreja como povo de pessoas cheias do Espírito Santo.
Ser cheio do Espírito é uma questão de sobrevivência praticamente. Ou a igreja é composta de pessoas cheias da unção do Espírito para avançar contra o império das trevas, ou ela será engolida. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder ( Lc 24.49).
O revestimento de poder é algo imprescindível sobre os discipulos de Jesus para fazer a obra de Deus. Se o próprio Cristo realizou o seu ministério na unção do Espirito, quanto mais nós. Como Deus ungiu a Jesus de Nazaré com o Espírito Santo e com virtude; o qual andou fazendo bem, e curando a todos os oprimidos do diabo, porque Deus era com ele (At 10.38).
A missão da igreja é testemunhar o que Cristo fez e ainda faz por onde ela passar e em qualquer lugar que estiver, conforme At 1.8. Nesta missão, há a promessa de que a presença de Jesus estaria com eles, veja Mateus 28.18-20:
E, chegando-se Jesus, falou-lhes, dizendo: É-me dado todo o poder no céu e na terra. Portanto ide, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.
A igreja como um organismo vivo crescerá naturalmente, desde que esteja saudável. Esse é o tema mais discutido atualmente: o crescimento numérico da igeja. Nunca se produziu tantos livros, nunca se realizou tantos seminários e tantos congressos como nos últimos vinte anos sobre o crescimento da igreja. São temas que tratam de igrejas em células, igrejas com propósitos, rede ministerial, etc.
De acordo com Rick Warren, uma das maiores autoridades na atualidade em crescimento da igreja, em seu excelente livro Igreja com propósitos (1997, p. 112), uma das maiores barreiras para o crescimento da igreja é a cegueira cultural. E a melhor maneira de conhecer a cultura, o pensamento e o estilo de vida das pessoas é conversando com elas.
Não há como haver interação entre as pessoas se elas não conviverem juntas. A igreja precisa sair das quatro paredes e ir ao encontro das pessoas. É preciso romper a barreira da indiferença, do comodismo, da apatia e da frieza espiritual. O povo de Deus precisa despertar do sono e avançar na conquista das nações com a pregação do evangelho de salvação de Jesus Cristo.
Nossas comunidades (igrejas locais), não podem ficar apenas na defensiva, numa atitude de repressão. Devem ser comunidades calorosas, sadias e acolhedoras. As pessoas devem ser ouvidas e levadas a sério. Deve ver seriedade no trato, rigor com respeito. O jovem continua necessitando de balizas, de norte. Busca um guia-líder confiável. O que leva os jovens a se envolverem com seitas exóticas como Moon e com alguns pastores que promovem a autolatria? É que esses líderes os aceitam e lhes servem de referencial. Nossas igrejas podem oferecer este ambiente ao jovem? Ela é agradável ou é um fardo? O pastor pode ser um referencial, no sentido de ser uma pessoa que sabe o que quer e para onde vai? O estilo de vida do pastor é inpirador? Ou ele é um desanimado e desencorajado peregrino?
Toda mudança precisa passar primeiramente pela liderança. A conscientização precisa partir daqueles que estão à frente das ovelhas do Senhor. A Bíblia diz que a quem mais é dado, mais lhe será cobrado (Lc 12.48). Há pessoas que querem ser pastor porque acham bonito, mas desconhecem a imensa responsabilidade que tem diante de Deus. Um dia todos teremos que prestar contas a Deus no dia do juízo.
O ministro cristão para desempenhar o seu ministério com eficiência precisa ter várias qualidades. Coerência é uma delas, apesar de existir uma crise de coerência lá fora. Porém, no ministério ela é fundamental. Coelho Filho nos assegura que os jovens de hoje não querem simplesmente mestres, querem testemunhas. Querem pessoas que creiam nos valores que propagam. O pastor digno do nome é alguém que busca ser modelo. Há pastores que não amam as pessoas, mas o seu ministério, o seu trabalho, sua filosofia ministerial e, algumas vezes, o reino de Deus. Isto não é errado, mas se não ama gente terá grandes dificuldades em seu trabalho. Outros têm o ministério apenas como ganha-pão. Tratam as pessoas como se fossem coisas e dão personalidade às idéias e conceitos. "Vem para o meio", disse Jesus ao homem da mão mirrada. O educador e o líder cristão que se prezam colocam a pessoa no centro. Amamos nossos templos, nossos prédios, nossas instituições. Mas e as ovelhas? É apenas um detalhe aborrecedor e irritante? Há líderes apaixonados por si e com comichão nos ouvidos e também na língua. Mas não ligam para as pessoas. Elas apenas fazem parte do seu trabalho, do seu ministério. Isto é grave. As pessoas sabem quando são usadas e manipuladas e sabem quando são aceitas e amadas, mesmo que discordemos delas.
Precisamos amar o que fazemos. Uma das questões mais atacadas pela pós-modernidade é exatamente a hipocrisia dos líderes. Gente tem valor, é preciosa, e lidar com gente pressupõe amá-las. Pastorear pressupõe amar o trabalho que se faz.
Continuação na 3ª parte
ISMAEL
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