A pregação do evangelho nunca foi tarefa fácil em nenhuma época, E cada geração de discípulos é responsável por ganhar sua própria geração. O tempo passa e as pessoas mudam. Cada geração deve analisar e perceber quais são as barreiras que estão impedindo o evangelho de avançar e alcançar as pessoas.
Na meio evangélico há três tipos básicos de igrejas: primeiro a histórica, entre elas batistas, presbiterianas, metodista, congregacionais e outras. O segundo grupo é formado pelos pentecostais que são as assembléias de Deus, Deus é amor, Brasil para Cristo, Quadrangular, etc. Já o terceiro grupo é o mais recente, chamado de neo pentecostais, suas igrejas principais são a universal do reino de Deus, a internacional da graça e a igreja mundial do poder de Deus.
Os históricos e os pentecostais se divergem em muitos assuntos, mas são unânimes para criticar os neo-pentecostais. Alguns crentes das igrejas chamadas históricas ou conhecidas mais popularmente de tradicionais chegam a dizer que as igrejas neo pentecostais não são evangélicas, mas seitas eréticas.
Alguém pode argumentar que de fato existem algumas coisas em uma ou outra igreja neo pentecostal que são estranhas. Mas ninguém pode negar que justamente os neo pentecostais estão “acertando na mosca” quando a questão é alcançar as massas. É bem verdade que são grupos que fazem bastante uso do pragmatismo, ou seja, pregam o que as pessoas querem ouvir, mas seus objetivos são alcançados e os templos estão quase sempre lotados. Por outro lado isso nos leva a outro problema; igrejas cheias de gente, porém vazias, vazias de Deus, vazias de amor, de perdão, de misericórida.
Outros pontos positivos dos neo pentecostais é o seu sistema de governo centralizado. Isto faz com que os esforços e os recursos da igreja sejam concentrados nos objetivos traçados por seus líderes. Ísto facilita muito realizar investimentos em propagandas, quase sempre usando a figura do líder. O uso maciço da mídia faz com que o pastor da igreja possa entrar dentro da casa do indivíduo, quebrando uma barreira que talvez de outra maneira não seria possível quebrar. Nessa questão os neo pentecostais estão de parabéns, ninguém pode negar sua eficiência no uso da mídia.
3.1. Como pregar o evangelho numa sociedade pós-moderna?
Um dos desafios da igreja hoje é penetrar na vida das pessoas. Porque o cidadão moderno não consegue e não deseja abrir mão de seu conforto privado. Não deseja abrir mão de sua forma de pensar e de agir; isso seria abrir mão de sua privacidade.
A privatização faz com que hoje em dia não haja sansões para as leis morais. Já descriminalizaram o adultério, querem descriminalizar o aborto, legalizar o casamento homossexual. Palavrão já não choca ninguém; os incomodados que se mudem. Por quê? Porque valores morais são coisas privadas, e ninguém tem nada que ver com isso, “contanto que eu fique dentro do meu quadrado”.
Os dois maiores desafios da modernidade, portanto, são a privatização e a desmoralização de nossa sociedade. Sem falar do relativismo, a visão de que não há ponto de referência fixo pelo qual a moralidade possa ser julgada. Todas as culturas e, em ultima instância, todos os estilos de vida, tem suas particularidades e em grande parte, muito além de qualquer avaliação. (Lutzer, 2007, p. 36). Essa é uma tendência que vem crescendo e tomando forma na sociedade nesse inicio do século XXI.
Já os métodos utilizados para evangelizar nos anos 70 e 80 não dão muitos resultados hoje em dia. Na verdade precisamos rever completamente nossos métodos e nos adequar para sermos mais eficientes na evangelização. A opinião de Isaltino Coelho Filho (2002, p. 11) é bem válida nessa questão:
Não podemos esquecer que temos valores eternos como cristãos que somos. Há valores temporários, locais e mutáveis. Há valores inegociáveis. O pregador e o pastor necessitam ter uma cosmovisão cristã completa, saber de sua fé e de seus valores e vivê-los. Muitos pastores não têm uma visão global do mundo, e, o que é pior, muitos não têm sequer uma visão global de sua fé, sabendo encaixar o mundo nela, analisando o mundo por ela. Sua fé é de pequenos credos, sem uma visão ampla do evangelho. Isto é trágico para um pastor. Sem uma visão global do evangelho fica difícil analisar o mundo.
Mas infelizmente, é esta a realidade de boa parte de nossos pastores. Há uma crise nos púlpitos evangélicos. Falta em alguns caráter, base sólida familiar, senso crítico, conhecimento bíblico/teológico, conhecimento filosófico então nem sonhando. Por outro lado, alguns que tem estas coisas não tem unção, poder, amor pelas pessoas, piedade, vida de oração.
Na opinião do Bispo Robinson Cavalcanti o grande desafio teológico e pastoral da pós-modernidade é que passamos a viver uma era de incertezas. As pessoas perderam suas convicções. Não há mais paradigmas seguro do que é certo ou errado. Infelizmente cada um tem a sua própria verdade. Tudo isto leva as pessoas a viverem em meio a um lamaçal de incertezas. É por esta razão que é necessário levantar a voz profética na igreja.
Deus levantou João Batista como profeta em Israel depois de aproximadamente quatrocentos anos de silêncio profético. Foi uma época muito difícil em Israel. Roma tinha o domínio, o povo vivia orprimido pelos romanos aguardando a vinda do Messias libertador. Surgi então uma voz que ecoou do deserto. João batista, o profeta, levanta a sua voz profética com uma dura mensagem de arrependimento. Apareceu João batizando no deserto, e pregando o batismo de arrependimento, para remissão dos pecados (Mc 1.4).
Segundo José Luiz Martins Carvalho, a influência dos perigos e desafios da pós-modernidade pode ser vislumbrada facilmente na vida da Igreja. Muitas igrejas evangélicas, consciênte ou inconsciêntemente, têm até mesmo adotado modelos eclesiásticos e pastorais que carregam em si a marca clara do mundo pós-moderno. É o pragmatismo. Alguns desistiram de lutar para fazer o que é certo. Preferem fazer o que dá certo. É menos cansativo e mais lucrativo.
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