Poder e autoridade. Será que estamos falando da mesma coisa? Qual será a diferença entre poder e autoridade? Basicamente, a diferença é que o poder tem o poder de corromper e a autoridade é conquistada. O poder é imposto, a autoridade é reconhecida.
O livro “O monge e o executivo”, leitura indispensável para líderes de qualquer área, trata muito bem dessa questão. Nele, o autor defende a idéia de liderança servidora, e apresenta Jesus como exemplo por excelência de líder-servo.
Na verdade, é muito mais fácil exercer o poder do que a autoridade, pois o poder opera pela força, na base da ameaça e da intimidação. Nas empresas privadas, por exemplo, ou você obedece ou será demitido (exercício do poder). Nas forças armadas, ou você cumpre as regras, ou sofrerá punições. Tem sido assim na maioria dos lugares onde existe a relação líder-liderado.
O exercício da autoridade da muito trabalho, é cansativo e exige paciência, coisa que poucos estão dispostos a ter. Mas, a maior dificuldade que as pessoas encontram para exercer a autoridade, é que ela só poder partir de um coração de servo, e isto, implica amor pelo semelhante. Ninguém pode ter um coração de servo se não estiver banhado de amor.
Mas a minha pergunta é: E com a Igreja? Como a liderança deve agir, com poder ou com autoridade? Será que não estamos seguindo modelos que tem nos afastados ainda mais da simplicidade do evangelho? Tenho percebido que sim. Há muitos líderes abusando do povo de Deus. Mas por quê? Perguntas como essa precisam ser refletidas, pensadas e respondidas com honestidade.
A autoridade do líder deve esta baseada no amor e aceitação incondicional pelas pessoas que Deus lhe envia. Porém, não é isto que estamos acostumados a ver. O que mais vemos são pastores querendo transformar as pessoas à sua imagem e semelhança e não à imagem e semelhança do Senhor. Eles não querem pessoas transformadas pelo evangelho de Jesus. Querem pessoas do jeito deles; de preferência que não pensem, para jamais questionar nada do que fizerem.
Esse tipo de modelo não é o que devemos seguir. Porque o Nosso modelo é Jesus, só Jesus. Uma das minhas maiores tristezas nesses mais de dez anos como líder evangélico, é ter andado com dezenas de pastores de diversas denominações, igrejas, em diversos lugares, e ter percebido que muitos deles, talvez a maioria, estão buscando um modelo a seguir que não seja o de Jesus. Isso é trágico. Por que será que isso acontece? Não posso deixar de questionar.
Talvez seja porque seguir o modelo de Jesus, o Jesus revelado nos quatro evangelhos do Novo Testamento, não traga a prosperidade tão desejada por nós.
De qualquer modo, Ele ainda continua sendo o nosso modelo de liderança.
Que Deus nos abençoe e nos dê um coração de servo.
Serra/ES, 2 de julho de 2011
Ismael Filgueira da Silva
Pastor da igreja batista paz e vida
muito bom esse artigo
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