A religião exige uma troca, um pagamento, uma barganha. O evangelho é graça e graça é gratuito.
Ouvi em uma determinada pregação um pastor de destaque em minha cidade em um evento para pastores e líderes dizer que “o maior sinal da graça de Deus na vida de uma pessoa é a sua boa condição financeira”. Não suportei ouvir aquela asneira e retirei-me imediatamente daquele recinto. Mas, o que me deixou mais indignado, foram os participantes daquele evento se alegrando com o que acabaram de ouvir. A ambição e cobiça dos que ouvem é o que alimenta a ganancia dos que pregam coisas como essa que acabei de citar.
Na verdade, estamos vivendo uma crise pior do que aquela enfrentada por Lutero. Pois naquele tempo, os homens da religião cristã vendiam a salvação, vendiam terreno, mansões no céu. Hoje os caras vendem é coisa aqui da terra mesmo. No tempo de Lutero, pelo menos, negociavam coisas espirituais. Já hoje, vendem coisas materiais.
A teologia da prosperidade com toda a sua maquiagem, com todo o seu circo, tem arruinado de modo trágico o meio evangélico no Brasil e no mundo. Até gente como Silas Malafaia que se dizia defensor dos evangélicos brasileiros se rendeu de corpo e alma à sedutora teologia da prosperidade pedindo costumeiramente ofertas altíssimas.
O povo evangélico precisa transicionar a cabeça de uma mente religiosa para o evangelho da graça de Cristo, que vai na contra mão de muita coisa que acontece no meio evangélico.
Infelizmente na maioria das igrejas evangélicas o que tem prevalecido são as campanhas de barganha com Deus, os mecanismos de manipulação humana e as “armações ilimitadas”.
Que Deus tenha misericórdia de todos nós e conceda arrependimento aos líderes que só sabem lucrar com a maquina religiosa, que repito, não tem absolutamente nada a ver com JESUS e com o evangelho.
Por Ismael Filgueira
Pastor da igreja batista paz e vida
Serra/ES, 16 de Julho de 2011
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